quarta-feira, janeiro 10, 2007

O fino traço da tua presença

Foto (c) Carlos Ramos
Como se desenhados
Tu
E o de dentro da casa.
Entro
Como se entrasse
No papel adentro
E sem ser vista
Rasgo
Alguns véus e fibras
Sem ser amada
Pertenço.
Que sobreviva
O fino traço da tua presença.
Aroma. Altura.
E lacerada eu mesma.
Que jamais se perceba
Umas gotas de sangue na gravura.

(Hilda Hilst)

3 comentários:

SMA disse...

Estou simplesmente maravilhada...

Quando é que tu começas a colocar as tuas palavras?

Quero imagens dessas... quero... quero... quero...

Podemos abrir um bar com tertulias saficas, risos...

Bjs

Alberto Oliveira disse...

... não se percebe
qualquer gota do tal líquido vermelho. Sararam as feridas, quem sabe, pela acção da qualidade do papel da gravura. Absorvente, suponho.


beijos.

MM disse...

É como diz: "técnicamente perfeito"! Mas apenas "técnicamente"... Se assim não fosse saberia que as feridas mais profundas não aparecem à flor da pele. Quanto ao papel, tem toda razão. Tecnicamente.
Seja muito bem vindo!
Luz