quinta-feira, janeiro 11, 2007

Palavras Inúteis



Se há palavras inúteis, são as que te dediquei a ti. Ridículas, porventura, como diria o poeta, mas sem dúvida inúteis. Como foi em vão o tempo que nos separou, e o encontro adiado, que o será para sempre, como se da nossa natureza se tratasse. Pensei que te procurava nos amores que tive, mas naquela tarde soube que nunca estarias presente em qualquer forma de amor, que não fosse a tua obcecada mania de mim, o teu medo de mim, a tua incapacidade de ser, simplesmente. A tua casa, minúscula, sem alma, como tu. Os teus silêncios, o teu olhar, sem brilho e sem lugar... Porque me tocas e esperas tanto? Queres a salvação que não te posso dar? É tarde minha querida, muito tarde para nós. Tudo o que te quis um dia encontrei noutras mãos, noutros lábios, noutro sono. Sobrou o meu cansaço nos teus braços, a tua mão no meu cabelo, a tua boca na minha. Eram braços e eram mãos e era tua a boca, mas não estavas lá. Algum dia estiveste?

2 comentários:

SMA disse...

Hum...
De repente vi tanta gente... e ninguém... afinal o que ficou?

Bjs

MM disse...

Ficaram as mãos, as bocas, os cheiros, os abraços, as lágrimas, os sorrisos, as manias, a verdade, as mentiras, os encontos, o abandono, as palavras, o silêncio, em cada olhar... Ficou tanta gente, e eu tão só. Não é a solidão, o fim de quem ama?