quarta-feira, março 21, 2007

Palavras são palavras

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito todo próprio de amar
E de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
E eu faço e desfaço, contra feito
O meu defeito é te amar demais.
Palavras são palavras
E a gente nem percebe
O que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito pra explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar

(Isolda/Milton Carlos)

segunda-feira, março 19, 2007

Um tempo de te amar





Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente 
Preciso conduzir um tempo de te amar 
Te amando devagar e urgentemente 
Pretendo descobrir no último momento 
Um tempo que refaz o que desfez 
Que recolhe todo sentimento, 
e bota no corpo uma outra vez 
Prometo te querer, até o amor cair doente 
Prefiro então partir a tempo de poder 
A gente se desvencilhar da gente 
Depois de te perder, 
te encontro com certeza 
Talvez no tempo da delicadeza 
Onde não diremos nada, nada aconteceu 
Apenas seguirei como encantado ao lado teu 

(c) Cristovão Bastos/Chico Buarque in "Todo Sentimento"

segunda-feira, março 12, 2007

Amor, meu grande amor

Amor, meu grande amor 
Não chegue na hora marcada 
Amor, meu grande amor 
Me chegue assim bem de repente 
Sem nome ou sobrenome 
Sem sentir o que não sente ... 
Amor, meu grande amor 
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser 
Que seja de qualquer maneira 
Enquanto me tiver 
Que eu seja a última e a primeira 
E quando eu te encontrar, meu grande amor 
Me reconheça ... 
Amor, meu grande amor 
Que eu seja a última e a primeira 
E quando eu te encontrar, meu grande amor 
Por favor, me reconheça 

(Ângela Rô Rô, in "Amor, meu grande amor")

segunda-feira, março 05, 2007

Metade


Que a força do medo que eu tenho, 
não me impeça de ver o que anseio 
Porque metade de mim é o que eu grito, 
mas a outra metade é silêncio... 

(...) 

Que essa minha vontade de ir embora 
se transforme na calma e na paz que eu mereço 
E que essa tensão que me corrói por dentro 
seja um dia recompensada 
Porque metade de mim é o que eu penso 
mas a outra metade é um vulcão 

(...) 

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
 para me fazer aquietar o espírito 
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, 
e a outra metade eu não sei 

(...) 

E que o teu silêncio me fale cada vez mais 
Porque metade de mim é abrigo, 
mas a outra metade é cansaço 

(...) 

E que a minha loucura seja perdoada, 
Porque metade de mim é amor, 
e a outra metade...também... 

 (Oswaldo Montenegro, in “Metade”)


sexta-feira, março 02, 2007

Amor e Sexo

Amor é um livro, sexo é esporte
Sexo é escolha, amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela, sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa, sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão, sexo é pagão
Amor é latifúndio, sexo é invasão
Amor é divino, sexo é animal
Amor é bossa nova, sexo é carnaval
Amor é para sempre, sexo também
Sexo é do bom, amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um, sexo é dois
Sexo antes, amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora
Amor é isso, sexo é aquilo
E coisa e tal, e tal e coisa...
Ai, o amor...Hum, o sexo...
(Rita Lee)

quinta-feira, março 01, 2007

Um Amor Impossível



Amanhã
este fogo cresce.
Amanhã, tremor
Amanhã, suspiro.
Insiste
um amor impossível
amanhã.
Insiste, sim.
Um amor impossível
pode ser amanhã.


(Angela Melim)