quinta-feira, junho 26, 2008

Love Me Tender



Há momentos que não podemos explicar, como partes da nossa existência que se completam como um puzzle. Fragmentos que se encaixam compondo uma história cujo fim desconhecemos, mas aos poucos vislumbramos, à medida que começam a fazer sentido. Às vezes basta um olhar, e percebemos que estamos irremediavelmente perdidos. Antes de ti, amar era um verbo intransitivo, como se o meu amor fosse tanto e tão único que bastava-se a si próprio, e bastava-me a companhia desse amor que eu ainda não sabia que o era. Então aconteceu um daqueles momentos que não têm explicação, e esse momento foi um olhar que me encheu de pavor. Na minha mal disfarçada timidez devolvi-te um sorriso cabisbaixo, a consentir a sedução de encantadora de serpente, e eu, presa fácil da tua armadilha. Deixei-me amar como um cão sem dono que conhece o seu destino errante e serve o desejo de pertença de quem o acolhe com a mesma facilidade que o abandona. Só assim experimentei o teu amor, sempre a medo de te ver partir levando contigo a minha alegria de rafeiro agradecido. Pertencer-te foi algo inevitável, que não teve nada a ver com o meu amor, mas apenas com o teu, sem a mínima possibilidade de um dia se encontrarem. A nossa farsa, afinal, não passou de um folhetim. O meu erro foi levar-te a sério. End of story.

12 comentários:

Anónimo disse...

O comentário de hoje tem o alto patrocínio de Jorge Palma (nunca saias de casa sem ele, by the way) e amigos.

Momento I - o sonho (ou a crença):
"Eu tenho um sonho que não pára de crescer, alimentado nas entranhas do meu ser"

Momento II - o drama:
"Será que existe algum bom movimento, neste momento em que nada vai bem? Se ao menos fosse possível saber de que paragens a culpa vem..."

Momento III - pode ser que passe:
"Quando a vida é mais ingrata e os amigos se vão e do amor é melhor nem falar, há uma solução que está na tua mão - põe lá esse rádio a tocar"

Momento IV - Reality check
Vou andando por aí, sobrevivendo à bebedeira e ao comprrimido. Vou dizendo sim à engrenagem, ando muito deprimido."

Momento V - brevemente em exibição:
Acorda menina linda, anda brincar que o sol está lá fora, à espera de te ouvir cantar. Acorda menina linda, vem oferecer o teu sorriso ao dia que acabou de nascer"

É por isto que eu gosto mais de gatos - quando são mal tratados, e ao contrário dos cães, não se iludem. Vão-se embora. End of story.

bjs,
Filipa

PS: quando quiseres que cale avisa, não te acanhes...

SMA disse...

Conheço essa bochechinha entra timidez que treme....
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no não querer, que quer tudo!
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Que poder de querer se tem nas pessoas quando as conhecemos.

bjo

Anónimo disse...

Continuo a amar, a sua escrita, a sua história.
Escreve o que sente e sinto que realmente o seu erro, tal como o meu e assim o nosso foi a termos levado a sério.

NAFTA

MM disse...

Ando por volta do momento III, a ver se evito o reality check e salto para a première do V, à espera de te ouvir cantar.
Happy End?

Beijos
Luz

PS: apesar da timidez (mal disfarçada)nunca me acanho...

MM disse...

Presença... Não tentes desvendar todos os mistérios, senão fica sem graça:-)))
Bj.

PS: "poder de querer" é giro...

MM disse...

Minha cara, deve haver uma confusão de destinatários (as). Mas fico honrada na mesma com as suas visitas tão simpáticas. Volte sempre! Bjo,
Luz

Anónimo disse...

Acha?
Não creio que esteja errada.
Vou voltar sim!
:)

angelá disse...

Bom... voltemos ao texto. Gostei, como de costume. E depois do comentário da Filipa, fico sem palavras. Concordo plenamente com ela: também prefiro os gatos:)))

Bj

MM disse...

Nafta, se o diz, quem sou eu para duvidar!.. Mas como no espaço cibernético vale tudo (ou quase), cada um imagina o que quiser. Explico melhor: o que escrevo não tem destinatários, é para toda gente e ninguém. O que escrevo nem sempre é real.Até breve.
Bj.
Luz

MM disse...

Angela, sinto a tua falta quando não me ligas nenhuma... Não tem remédio: não se escolhe ser cão ou gato. É-se! Por mais que admire a independência e a determinação dos felinos, o que me comove é a doçura e a capacidade de perdoar dos cães. Mas tem dias. Beijos,
Luz
PS: a Filipa acerta sempre no alvo!

angelá disse...

:))))))))))))))))mas eu sou baixinha, passo despercebida! Apensar assim, tu tb não me visitas...ehehehehe:amor com amor se paga;)

Bjs ângela

MM disse...

Tens toda razão!:))))) Dou a mão à palmatória! Habituaste-me mal com os teus miminhos, depois se não apareces, fico triste... Esse teu rítmo matutino não coincide com o meu, mas prometo estar mais presente. Bjo,
Luz